Terror Animado

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010 View Comments

“Tome cuidado: Em última análise, realidade pode ser exatamente aquilo que pensamos que seja”
Alan Moore





Tema Macabro




O terror está sempre por aí. E quando eu digo isso, não é de forma metafórica. Mesmo que a gente não saiba, em todos os lugares tem alguém (ou algumas pessoas) criando uma história de terror. Essas histórias podem dar origem à livros, filmes, revistas em quadrinhos e até videogames. Podem até dar origem à curtas-metragens de terror.

Mas não pensem que as animações, sejam elas em 3D ou 2D, escapam do terror. Embora pouco se produza do gênero nesse meio (de animações para a TV podemos citar o desenho do Spawn), sempre tem alguém disposto a mostrar o que é capaz de fazer. Talvez seja por acharem que o terror, se vir de algo que não pareça “real” como numa animação, ele perde seu efeito. Bom, quem pensa isso não poderia estar mais enganado. Aproveitando a coluna, me sinto na obrigação de divulgar alguns trabalhos que não fazem parte do mainstream, mas merecem ser conhecidos, por terem uma boa história, por serem bem produzidos e por representar de forma competente o gênero de terror. Obviamente não posso colocar tudo aqui, mas destaquei 3 produções de estilos bem diferentes entre si, mas que trabalham dentro de uma narrativa que pode ser considerada uma boa história de terror.


Alma
Este curta-metragem espanhol tem um tom bastante infantil e lembra um pouco Coraline, de Neil Gaiman, mas nem por isso o curta é menos interessante... E perturbador. Na história, uma criança encontra uma loja de bonecas que possui uma boneca muito especial.

Alma from Rodrigo Blaas on Vimeo.




Drop Out
Essa animação 3D com cara de videoclipe do Marilyn Manson mostra o ciclo de vida em um estranho mundo científico-ficíticio, mostrando uma “seleção artificial” aoinvés da seleção natural que ocorre durante nossa evolução.

Drop Out from Rafael Mayrhofer on Vimeo.




Blood Trail
Um longa-metragem em computação gráfica que lida com estranhas criaturas. Ainda em fase de captação de recursos para o seu lançamento, a produção ainda está sendo produzido e, diferente dos outros mostrados, será um longa-metragem. Como ainda não está finalizado, fique com o teaser liberado pela produtora:



Esta é apenas uma pequena amostra do quanto de produções interessantes temos por aí. Espero que sirva de incentivo para que vocês busquem conhecer melhor trabalhos mais autorais e independentes, que não raro são muito melhores que as produções caprichadas feitas no mainstream.

Na próxima Madrugada:
Eles existem há milênios, já passaram de criaturas demoníacas a grandes sedutores. Mas o mais notório a respeito deles é sua sede por sangue... Humano. Na próxima semana, começa uma série de matérias sobre as maiores criaturas das histórias de terror: Os vampiros. Uma história complexa e cheia de mudanças, mas principalmente...Uma História de Sangue.

Os Homens Mais Rápidos do Mundo - Final

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010 View Comments

No post anterior:
Bart Allen, o ultimo a levar adiante o legado dos Flash, passa por períodos turbulentos, que vão desde a transformação em Kid Flash, a alegada morte de Wally West, e por fim uma violenta morte, até que, mil anos no futuro, Bart é trazido de volta à vida e então consegue retornar ao presente, continuando como Kid Flash. E esta é toda a história dos Flash. Ou será que não?


“Enquanto isso, na banda desenhada...” é uma seção que traça um paralelo entre o universo real e o mundo dos quadrinhos, analisando como as duas realidades afetam uma à outra, trazendo informação e estimulando a reflexão acerca dessa 8ª arte.


Os outros homens (e mulheres) mais rápidos do mundo

O legado dos Flash nas histórias em quadrinhos vai muito além do nome, passado de geração para geração. Ao longo das eras, surgiram diversos outros personagens na DC Comics (ou em outras editoras que eventualmente foram incorporadas à DC Comics) que também possuíam – ou possuem supervelocidade. Estes são os outros homens e mulheres mais rápidos do mundo através dos tempos.


Liberty Bell
Existiram duas mulheres com esse codinome. A Liberty Belle original foi Libby Chambers, que ficou famosa ao escapar nadando da Polônia à França para escapar dos nazistas que mataram seu pai. Seus poderes incluíam superforça e supervelocidade, poderes que estavam originalmente sincronizados com as badaladas do Sino da Liberdade (ver curiosidades). A segunda e Atual Liberty Bell é Jesse Chambers, filha de Libby e que anteriormente atuou sob o codinome de Jesse Quick.

Johnny Quick
Johnny Chambers era um fotógrafo de um jornalzinho cujo padrasto era um cientista que descobriu uma estranha equação dentro da tumba de um faraó. Ele ensinou a equação ao seu filho que descobriu que, ao recitá-la, ele podia correr à velocidades intensas, bem como voar.



Jesse Quick
Filha de Johnny e Libby Chambers, herdou os poderes de ambos os pais: Podia correr em supervelocidade e voar recitando a mesma equação de seu pai, bem como a superforça de sua mãe. Atuou primeiramente como Jesse Quick e atualmente é a segunda Liberty Belle.


Max Mercúrio
Originalmente um personagem da Quality Comics, quando surgiu pouco se sabia sobre ele a não ser se primeiro nome (Max) e que possuía supervelocidade. Nos anos 90, Mark waid trouxe o personagem de volta como coadjuvante das histórias do flash dando um background para o personagem. Assim, Max Mercúrio passou a ser um superser que está vivo há mais de 200 anos, e que já teve diversas identidades. Sua identidade original é a de um mensageiro militar, amigo das tribos indígenas americanas que encontrou uma delas massacrada e, a partir de um encantamento feito por um shaman moribundo, adquiriu supervelocidade (e, aparentemente, imortalidade). Max havia sido um dos únicos que conseguira fugir do “chamado” da força da aceleração (que é uma forma bonita de dizer que ele ia morrer), por isso ele acabou se tornando imortal. O personagem ficou bastante conhecido por ter se tornado, por um bom tempo, tutor de Bart Allen na época em que ele atuava sob o codinome de Impulso.

Gêmeos Tornado
Don e Dawn Allen são os filhos de Barry e Íris Allen, com um detalhe interessante: Ambos nasceram no século XXX, Durante o período em que o casal passou seus últimos meses (antes da morte de Barry). Os dois se tornaram heróis por um tempo, mas atuando secretamente, pois era uma época em que havia uma xenofobia muito grande para com seres com aliens e seres com superpoderes. Don é o pai de Bart Allen e Dawn é mãe de XS.


Xs
Jenni Ognats é filha de Dawn Allen, neta de Barry Allen e prima de Bart Allen e vive no século XX, onde atua como membro da Legião dos Super-Heróis.





Kid Flash
3
Íris West II, filha de Wally West e Linda Park, vive num futuro indefinido anterior ao século XXX (provavelmente o futuro imediato ao nosso presente). Também é irmã gêmea de Barry West.





Mas supervelocidade também é o superpoder de vilões e outras entidades, como poderemos ver a seguir.



Professor Zoom
Existiram dois personagens com esse nome na história da DC. O primeiro, Eobard Thawne (também conhecido como Flash Reverso) foi um dos principais nêmesis de Barry Allen na época em que ele era o Flash, e na verdade vem do século 25, sendo um criminoso com um particular ódio pelo Flash que voltou no tempo para destruí-lo e a sua imagem. Como sua origem está no futuro, não se sabe ao certo como ele veio a se tornar o flash reverso, embora exista mais de uma possível explicação para tal. Barry Allen assassinou Thawne quando este supostamente assassinou sua esposa, Íris, mas o personagem retornou dos mortos junto com seu inimigo mortal recentemente em Flash: Rebirth.
O Professor Zoom atual é Hunter Zolomon, um policial que ficou paralítico devido à uma luta entre Grodd e o Flash (Wally West). Quando Zolomon pediu à Wally que voltasse no tempo para impedir esta tragédia e este resuou, procurou as pesquisas do FBI sobre a esteira cósmica do flash e tentou ele mesmo voltar no tempo. Um acidente ocorre e Zolomon recobra o movimento das pernas, mas também passa a possuir supervelocidade. Acreditando que o Flash precisa de um exato oposto para torná-lo heróico e mostrar os sacrifícios que um herói deve fazer (quem aí lemboru de “Corpo Fechado”?), Zolomon decide se tornar o novo Flash Reverso.

Inércia
Um clone de Bart Allen desenvolvido no século XXX por seu avô, o Presidente Thawne (que também é descendente do Professor Zoom original), foi criado para ser o “Impulso Reverso” e para destruir o legado de Bart no século XX. Para isso, teve seu crescimento demorado, inversamente ao que ocorreu com Impulso para que, quando atingisse a idade dele, Inércia tivesse mais maturidade e pudesse vencê-lo. Inércia também foi modificado e treinado para ser mais maligno que Bart.


Black Flash
Em resumo, Black Flash é a morte para os Flash. Não se sabe ao certo se a sua existência se dá pelo fato de que os Flash são rápidos demais para a morte ou se é apenas um efeito colateral da conexão destes com a Força da Aceleração. É teorizado que entidades como Black Flash, o Corredor Negro (a morte para os Novos Deuses) e Nekron (A morte para os Lanternas Verdes), entre outros, sejam manifestações diferentes da mesma entidade: A morte propriamente dita.



Epílogo: Curiosidades
- Liberty Bell ou o Sino da Liberdade é o nome de um sino localizado na Filadélfia e um dos mais notáveis símbolos da Revolução americana e da Independência dos Estados Unidos
- Liberty Belle foi uma da membros fundadoras e subsequente líder do All-Star Squadron, um grupo da época da Segunda Guerra Mundial, que contava com membros de outros grupos, inclusive da Sociedade da Justiça.
- O nome original de Max Mercúrio quando personagem da Quality Comics era Quicksilver, mas quando foi retomado por Mark Waid nos anos 90, o nome mudou para Max Mercury para não haver confusão nem problemas legais com a Marvel por conta do personagem Mercúrio (cujo nome original também é Quicksilver).
- O nome original do Flash vilão, membro do Sindicato do Crime e residente da Terra 3 também é Johnny Quick
- Irís West II, a Kid Flash 3 é parte do future alternativo visto em “Reino do Amanhã”, mas ela e seu irmão existem na cronologia oficial, obviamente ainda como crianças. No entanto, por enquanto a menina pode apenas vibrar seu corpo através de objetos sólidos.
- Hunter Zolomon, o professor Zoom II não possui na realidade não possui supervelocidade; seu poder deriva de dar “saltos” no tempo, que fazem com que ele parece muito rápido. Por conta disso, ele aparenta ser mais rápido que Wally West
- Na saga Crise Final, Wally deduz que o Black Flash e o Corredor Negro são, na verdade, a mesma “pessoa”
- Todos os heróis com supervelocidade na DC atualmente tem seus poderes atribuídos à Força da Aceleração.
- Muitas das descrições desse post ignoram alguns incidentes e revelações ocorridas na mini-série Flash: Rebirth.



A seguir: Das profundezas

Deadgirl

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010 View Comments

Toda geração tem sua história sobre os horrores de amadurecer.




Tema Macabro


Atualmente é comum, principalmente no terror, discorrer sobre os grandes clássicos do gênero e encher a boca para falar como não se fazem mais filmes de terror como antigamente. Embora eu seja um dos que proferem este tipo de sentença, isso não é totalmente verdade. É fato que o cinema mainstream americano hoje acha que filme de terror é apenas filme gore e investe apenas no visual e não numa história competente, mas isso não significa que não existam pérolas que podem vir a se tornar clássicos no futuro.

O grande problema, talvez, seja a falta de originalidade das histórias. Quando não é refilmagem de um filme antigo, é de um filme estrangeiro ou simplesmente é uma história igual à tantas outras que já vimos antes. Mas é bom saber que, de tempos em tempos, os americanos conseguem produzir algo original com um tema que parece ter sido saturado nos últimos anos.

Todo mundo conhece esta história: dois garotos, considerado perdedores na escola, não são lá muito sociáveis e não são bem vistos pelos outros. Um deles é apaixonado por uma linda garota, que é namorada do jogador de futebol da escola. Os dois procuram formas de extravasar sua raiva invadindo lugares abandonados para beber cerveja e destruir coisas. Em uma dessas invasões, adentram uma clínica psiquiátrica abandonada, e vão parar no subsolo do lugar, onde encontram algo: Uma garota morta, nua e presa pelos pés e pelas mãos. A clínica fechou há muito tempo, então os garotos sabem que ela deve estar ali há tanto tempo quanto. E é por isso que eles ficam bastante surpresos quando descobrem que essa garota, que aparentemente está morta, passa a se mover e se comportar como se estivesse viva, embora com um comportamento bastante agressivo. Em vista desta descoberta impressionante, os garotos decidem fazer o que qualquer garoto na idade deles faria: Manter a garota presa e transformá-la no seu objeto sexual.

Mas hein?



Sim, você leu direito. Deadgirl conta a história de dois estudantes perdedores que encontram uma morta-viva presa no subsolo de uma clínica psiquiátrica abandonada e decidem mantê-la assim e transformá-la em seu objeto sexual pessoal. Só a premissa já é suficiente para tornar o filme interessante, diferente e recomendável (ainda que doentio). A má notícia é que, até onde eu sei, o filme ainda não saiu no Brasil, e com certeza não sairá nos cinemas. Então fique de olho nas locadoras, porque se o filme vier pra cá (e imagino que eventualmente virá), certamente será para DVD. Ou caso você tenha TV à cabo, fique de olho nos canais de cinema.

Mas sinto-me na obrigação de dizer (apesar de que pela premissa já parece óbvio) que o filme não é para qualquer tipo de público e pode ser ofensivo para algumas pessoas (principalmente para mulheres, pois as únicas garotas do elenco ou é uma morta-viva ou uma garota superficial). E também, o filme não é perfeito: ele tem alguns furos na história, mas ainda assim é um filme que vale a pena ser visto para quem gosta do gênero, principalmente porque ele possui uma vantagem que é trazida dos grandes clássicos de terror: o drama. Como eu comentei no primeiro post dessa coluna, as grandes histórias de terror são, em essência, grandes dramas vistas sob uma ótica pessimista (não confunda com emo) e perturbadora, e Deadgirl não é exceção. Por isso o filme vale a pena ser visto e merece figurar nesta coluna.



Na Próxima Madrugada:
Nem todas as boas histórias de terror são longas metragens, livros, HQs ou games. Descubra o mundo das animações de terror na próxima semana em Terror Animado.